Escolas-estufa ensinam sobre alimentação e meio ambiente
Reportagem: CARTOLA - AGÊNCIA DE CONTEÚDO
Na década de 1980, Lucy Montoro, primeira-dama do então governador de São Paulo, Franco Montoro, implantou no Palácio dos Bandeirantes uma horta com o objetivo de provar a eficácia das hortas comunitárias. Funcionou, pois depois disso a grande São Paulo chegou a ter cerca de 300 plantações deste tipo. A partir desta lembrança, em 2008, o engenheiro agrônomo Silvio Maginelli propôs outro projeto, desta vez à prefeitura paulistana, que pretende ensinar noções de meio ambiente ao mesmo tempo em que propõe uma alimentação saudável.
A auxiliar administrativa Elizete Maria Meira, 42 anos, que tinha as manhãs vagas, decidiu que era hora de voltar aos estudos, mas ao invés de ocupar suas mãos com caneta e papel apostou em plantar e cultivar o solo. "Fiquei curiosa e com vontade de aprender mais sobre o meio ambiente, sobre cultivo e sobre plantação. Fiquei sabendo sobre o curso por uma amiga e juntas começamos a frequentar as aulas", fala. O projeto, gerido pela Coordenadoria de Convivência, Participação e Empreendedorismo Social (Conpares), permite a capacitação de agentes multiplicadores, conhecedores de técnicas e conceitos de cultivo de hortaliças e várias outras plantas, e tem o objetivo de possibilitar aos participantes o aumento de renda e a melhora da alimentação, promovendo ainda uma reeducação alimentar.
"É um espaço de vivência, educação, exercício e organização para a difusão da horticultura, que é a produção de mudas de árvores nativas", explica Fabio Souto, coordenador da Conpares.
Com a meta de implantar uma escola-estufa em cada uma das 31 subprefeituras de São Paulo, o programa já conseguiu inaugurar sete sedes: Parelheiros, Casa Verde, Vila Prudente, Sé, Mooca, São Miguel e Capela do Socorro. Para este ano, a Conpares tem uma expectativa de mais dez inaugurações. Mesmo ainda longe de alcançar a meta, o projeto já atingiu 510 pessoas somente no ano passado.
"A maioria dos frequentadores do curso são pessoas procurando melhora na qualidade de vida e geração de renda. Tanto jovens quanto idosos participam", diz Souto, salientando que as aulas são gratuitas e que todo material teórico é doado para os estudantes.
Durante três meses, duas vezes por semana Elizete teve aula na sede Vila Prudente. Lá, aprendeu conteúdos como horta, solo, agricultura, introdução à jardinagem, fruticultura, plantas medicinais e aromáticas, minhocário, flores comestíveis e introdução ao empreendedorismo. Segundo ela, o curso melhorou muito sua alimentação, pois ainda aprendeu o valor nutritivo de cada alimento.
Além disso, as aulas despertaram nela a paixão pelo meio ambiente, tanto que decidiu encarar mais três meses das mesmas disciplinas e até pensa em montar um negócio voltado para jardinagem. "Ainda não sei exatamente que tipo de negócio queiro abrir, mas estou avaliando", comenta.
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