O secretário da SMPP, Uebe Rezeck, presente no evento, ressaltou a importância do prêmio como forma de enaltecer o trabalho realizado por essas mulheres negras na luta contra o preconceito racial e na luta pelos seus direitos na sociedade. “Cabe ressaltar ainda, a experiência de mulheres negras na luta pela superação do preconceito e discriminação racial no ingresso no mercado de trabalho. Algumas mulheres atribuem a “façanha” da conquista do emprego do sucesso profissional a um espírito de luta e coragem, fruto de muito esforço pessoal, e outras ainda, ao apoio de entidades do movimento negro, como é o caso da CONE, que através da coordenadora Maria Aparecida de Laia.
Uebe Rezeck parabeniza as premiadas
A escolha das sete mulheres foi feita por uma comissão especial composta por representantes da CONE e do Conselho Gestor da CONE. As vencedoras ganharam um diploma confeccionado em impresso próprio e uma estatueta estilizada simbolizando Luiza Mahin.
O prêmio, em homenagem ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, foi concedido a sete mulheres negras comprometidas com a valorização da cultura negra, a inclusão social e a luta antidiscriminatória, escolhidas a partir de indicações feitas por entidades ligadas ao movimento social negro e às redes sociais negras.
Premiadas expõe a estatueta e certificado
Além do secretário da SMPP, Uebe Rezeck e da coordenadora da CONE, Maria Aparecida de Laia, participaram do evento Vicenta Camusso, representante das Red de Mujeres Afro-latinoamericanas, caribenhas e da Diásporas, Senador Eduardo Suplicy e a coordenadora da Mulher, Yolanda Sperli.
Premiadas:
Ana Maria Araújo Santos, mais conhecida como Mãe Ana de Ogun, filha-de-santo de Mãe Simplícia de Ogun da Casa de Oxumare, Iyálorixá do Candomblé Ilê Axé Oju Onirê localizado no Parque Jacarandá – Taboão da Serra, São Paulo. Iniciada para o culto aos Orixás (Candomblé) em 24 de maio de 1960, aos 16 anos de idade. Aprofundando-se e mantendo viva a tradição do candomblé, iniciou e ainda inicia inúmeras pessoas, ostenta em sua trajetória de vida vários prêmios e louvores religiosos, sociais, e preza pela harmonia e boa conduta na religião que se tornou parte integral de sua vida. No ano de 2010, completou 50 anos de iniciação (Odum Adotá), juntamente com suas irmãs de barco: Elza de Oxóssi, Walquíria de Oxum e Beth de Oxalá. Motivo de muita festa e celebração no Axé Oxumaré.
Fanta Konate é da etnia MALINKÊ, uma das principais do tronco linguístico mandinga, que muito tem haver com Luíza Mahin - MALÊ (Mandinga).
O trabalho de Fanta Konatê também elucida aspectos relação à Diáspora e às nossas origens Mandingas, presentes inicialmente na Bahia, Rio de Janeiro, Maranhão, Alagoas e posteriormente difusa em todo o país. Fanta Konatê é bailarina, coreógrafa e cantora em três balés de Conakry, e na convivência diária com seu pai Famoudou Konatê e seus irmãos, todos artistas internacionais.
Fundadora da ONG África Viva, que viabiliza condições para o desenvolvimento humano pesquisando e promovendo culturas tradicionais do Oeste da África, principalmente da Guiné e Senegal.
Fundadora, coordenadora e professora de dança do Instituto Famoudou Konatê, com sede em São Paulo.
Luislinda Dias de Valois Santos é a primeira mulher negra a entrar para a magistratura no Brasil, em 1984. Primeira profissional da área a proferir uma sentença contra o racismo no Brasil, em 1993. Antes de cursar Direito, estudou teatro e filosofia. Ao longo de sua carreira, reativou dezenas de Juizados Especiais em municípios da Bahia, criando, entre outros, o Juizado Itinerante Terrestre, dentro de um ônibus, e o Juizado Itinerante Marítimo, dentro de um barco. Criou, em 2003, o projeto Balcão de Justiça e Cidadania, que resolve conflitos de populações de bairros pobres de Salvador, áreas de remanescentes dos quilombos e comunidades indígenas. Luislinda dá palestras em escolas públicas para que os jovens conheçam seus direitos e deveres. O Programa Justiça, Escola e Cidadania, idealizado por ela, atingiu milhares de estudantes. Sua trajetória e seus projetos/programas renderam-lhe prêmios e reconhecimento mundial. Seus principais desafios são combater o racismo dentro e fora da magistratura e tornar a Justiça acessível a todos. É Juíza desde 1984, atuando na Bahia, realizou diversos projetos em defesa de seu povo oprimido e discriminado, conquistando respeito e credibilidade, além de vários prêmios. Entre suas realizações estão a criação e instalação de vários juizados (inclusive itinerantes) em várias cidades da Bahia, além de participação no lançamento do Relatório Nacional Brasileiro em cumprimento à Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher CEDAW – realizado no Palácio Planalto em Brasília.
Mafoane Odara Poli Santos “De nome e história fortes, Mafoane Odara, além de fazer jus ao significado do próprio nome – Mafoane, palavra de origem Kimbundu (Angola) que significa jóia rara; e Odara, de origem Yorubá (Nigéria), que significa bonita – ela é, para todos que a conhecem, um exemplo de persistência, trabalho e energia. Além de cursar mestrado em Psicologia Social pela USP e de militar nas áreas de juventude, saúde, gênero e raça, Mafoane Odara coordena atualmente o Geração Muda Mundo, programa de juventude da Ashoka Empreendedores Sociais, que incentiva e apoia jovens a criar e a gerenciar projetos sociais. Mafoane Odara acredita que a chave para o desenvolvimento é investir na educação empreendedora e nas iniciativas juvenis: os jovens devem ser desafiados."
Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva é professora titular de Ensino-aprendizagem e Relações Étnico-Raciais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), pesquisadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros/UFSCar e Coordenadora do Grupo Gestor do Programa de Ações Afirmativas da UFSCar. Possui graduação em Português e Francês pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1964), mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1979) e doutorado em Ciências Humanas -Educação pela mesma universidade (1987). Cursou especialização em Planejamento e Administração da Educação no Instituto Internacional de Planejamento da UNESCO, em Paris (1977). Realizou estágio de Pós-Doutorado em Teoria da Educação, na University of South Africa, em Pretoria, África do Sul (1996). Por indicação do Movimento Negro foi conselheira da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, mandato 2002-2006. Nesta condição foi relatora do Parecer CNE/CP 3/2004 que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e participou da relatoria do Parecer CNE/CP 3/2005 relativo às diretrizes curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia. Foi professora visitante na University of South Africa (1996), na Universidad Autonoma del Estado de Morelo, in Cuernavaca, México(2003). Participa ativamente do International Research Group on Epystemology of African Roots and Education, coordenado pela Profª DrªJoyce Elaine King da Georgia State University/USA.Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Tópicos Específicos de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação e relações étnico-raciais, negro e educação, direitos humanos, práticas sociais e processos educativos, políticas curriculares. Conselheira do World Education Research Association (WERA) representando a Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) (ABPN) e Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd). Em junho 2010 foi indicada como Somghoy Wanadu-Wayoo, ou seja, conselheira, integrante do conselho do Amiru Shonghoy Hassimi O. Maiga, chefe do povo Songhoy, no Mali.
Sônia Maria Pereira Nascimento é advogada, fundadora, do Geledés- Instituto da Mulher Negra sendo sua presidenta, por duas gestões, no período de 30 de abril de 1994 a 30 de abril de 2000. Coordenou os Projetos: SOS - Racismo de Assessoria Jurídica às Vítimas de Discriminação Racial de 1994 a 1998 e o projeto Atendimento Psicossocial às Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Sexual. É a atual vice-presidenta de Geledés e coordena também o projeto PLP - Promotoras Legais Populares.
Foi integrante da Comissão do Negro e Assuntos Antidiscriminatórios – CONAD da OAB/SP.
Coordenou a Subcomissão Contra a Discriminação nas Relações de Consumo, onde o realizou o Projeto "OAB vai para a periferia" em 1997/98 e coordenou o "Curso de Capacitação em Direitos Humanos, Cidadania e Discriminação nas Relações de Consumo" para oficiais, sargentos, cabos e soldados da Policia Militar do Estado de São Paulo, numa parceria OAB/SP e o Comando da Policia Militar de São Paulo, de agosto a novembro de 1999 e Curso sobre o mesmo tema em 2001 e 2002 para soldados e cabos.
Theodosina Rosário Ribeiro é reconhecida com destaque na política paulista. Formou-se filósofa, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de Mogi das Cruzes, e advogada, pela FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas. Na vida pública, teve quatro candidaturas vitoriosas - uma como vereadora e três como deputada estadual. Primeira vereadora negra da Câmara Municipal de São Paulo, eleita em 1968. Em 1974, a primeira deputada negra da Assembléia Legislativa do Estado, onde ocupou também o cargo de vice-presidente. A professora Theodosina Ribeiro prestou um grande serviço à Nação. Ela se tornou uma referência e estímulo para as mulheres negras. Depois dela, outras mulheres negras se engajaram na vida pública.
HOMENAGEM ESPECIAL
Vicenta Camusso é Representante da Red de Mujeres Afro-latinoamericanas, caribenhas e da Diáspora. Especialista em Desenvolvimento Local e Gênero. Formação em Desenvolvimento Gerencial e Marketing. Desenvolvimento Local com Perspectiva de Gênero e até o momento tem participado de programas e projetos como facilitadora de processos psicossociais na área de desenvolvimento humano, desenvolvimento local e gênero, geração de emprego, criação de micro empresas.
Delegada da Coletiva de Mulheres e Saúde, de 1998 a 2001 no Comitê Nacional Evolução Cairo + 5 República Dominicana; no Comitê Nacional Evolução Beijin + 5 República Dominicana;Comissão Nacional pela incorporação de Gênero nas Políticas Públicas; Plano Nacional Estratégico SIDA República Dominicana.
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